sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Que humilhação! (Por 116-74 Chi)

Perder contra Portland não é nada de anormal. Afinal, os Trail Blazers jogavam em casa, precisamente no dia em que Greg Oden, o nº1 do draft de 2007, se estreava frente ao seu público, e queriam vingar o desaire sofrido no dia anterior. Agora, ser derrotado por 42 pontos é mesmo uma humilhação. Mas para que se perceba ainda melhor o quão mal jogou Chicago, é preciso referir que esteve a perder pelo dobro dos pontos a poucos minutos do final, ameaçando o pior registo da história da equipa no que toca a desaires, registado em 2001, na deslocação a Minnesota - na altura os Bulls perderam por 53 pontos de diferença.
Desta vez, nem Derrick Rose, que realizou o seu pior jogo até agora, foi capaz de carregar Chicago às costas. Portland conseguiu anulá-lo por completo, pressionando-o logo na reposição da bola e o “rookie” teve dificuldades em livrar-se dessa marcação. Para piorar ainda mais as coisas, Ben Gordon esteve (mais uma vez) desastrado nos lançamentos de média/longa distância e os jogadores mais altos - Gooden, Gray, Noah e Tyrus Thomas - foram completamente ultrapassados pelos do adevrsário.
Apesar de tudo, e dos inúmeros erros cometidos na escolha da equipa inicial - Hughes é, claramente, um jogador a menos e nem sequer deveria jogar, quanto mais render Deng (lesionado) na posição de extremo -, Vinny del Negro foi o treinador dos Bulls que obteve o melhor saldo de jogos nos últimos dez anos. Chicago contabiliza agora cinco vitórias e sete derrotas, quando nas últimas temporadas, com Scott Skiles, teve sempre arranques péssimos.


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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os Golias resolveram (LA 116-109 Chi)

Ao contrário do que esperava, não foi Kobe Bryant quem “pegou os Bulls pelos cornos” no jogo desta madrugada. A grande diferença esteve na discrepância de estaturas entre os postes dos Lakers e de Chicago, com especial destaque para Pau Gasol, que tirou o máximo partido dos seus 2,13m para marcar 34 pontos no triunfo por 116-109 da sua equipa. Além disso, teve a preciosa ajuda de Andrew Bynum, o outro “Golias” de Los Angeles, que ultrapassou ontem a marca dos mil ressaltos na NBA - foi o oitavo jogador mais novo da história a atingir este registo.
O melhor que os Bulls conseguiram ao longo de todo o encontro foi um empate a 34 durante o segundo período. A partir daí, os Lakers voltaram à carga, aproveitando também algum desperdício do adversário, e saíram para o intervalo já em vantagem (61-56). Derrick Rose, que anotou 25 pontos e nove assistências, ainda tentou recolocar Chicago a discutir o triunfo na segunda parte, mas não teve o devido acompanhamento dos companheiros. Deng, talvez afectado por uma distensão muscular sofrida da parte da manhã e que o coloca em dúvida para o jogo de hoje, em Portland, ficou-se pelos nove pontos, enquanto que Ben Gordon esteve desastroso nos lançamentos de campo, marcando apenas seis dos 22 que efectuou. Ainda assim, fechou com 23 pontos, oito dos quais conseguidos da linha de lance livre, de onde foi cem por cento eficaz - valha-nos isso.
Uma agradável surpresa foi Aaron Gray, que, apesar de ser pesado e jogar a uma velocidade reduzida, ainda marcou 11 pontos e garantiu cinco ressaltos. Se fosse um pouco mais agressivo, se calhar poderia ter sido um jogador importante na luta com Gasol e Bynum, já que o rendimento destes baixou ligeiramente quando apanharam pela frente o poste dos Bulls. Tyrus Thomas teve momentos bons e momentos maus - o passe de costas a lançar o contra-ataque de Gordon foi mesmo considerada a segunda melhor jogada da jornada de ontem - e Gooden e Noah estiveram muito aquém do que lhes é reconhecido. O último parece mesmo estar a sentir dificuldades em adaptar-se ao estilo jogo que Vinny Del Negro tem tentado implementar e acaba por ir parar ao banco ainda numa fase prematura do encontro.


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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Quando o circo chega à cidade

É assim todos os anos. Mais ou menos em meados de Novembro, os Bulls são “obrigados” a realizar uma série de jogos consecutivos fora de casa para que uma companhia de circo (Ringling Bros.) possa actuar no United Center. Enquanto Michael Jordan jogou, esta espécie de “digressão” não costumava ser problemática para Chicago. O pior surgiu depois que o melhor jogador de todos os tempos deixou a cidade. Desde então (1998), os Bulls só ganharam seis jogos em 58 possíveis. Nos primeiros seis anos, nem sequer uma vitória alcançaram. Foram 37 encontros sempre a perder até que, em 2004, derrotaram os Jazz, em Utah. A partir daí, nunca mais terminaram uma época sem, pelo menos, saírem vencedores de um dos jogos. No entanto, o saldo continuou a ser negativo: 6-15.
Os Lakers são os primeiros adversários da chamada “circus trip”. Kobe Bryant e companhia ainda só perderam um jogo esta época e, por isso, devem ser vistos como favoritos. No entanto, acredito que os Bulls podem provocar uma gracinha. Para isso, “basta” anularem Kobe. Ou então esperar que aquele que considero ser o jogador mais espectacular da liga resolva tirar folga - embora seja pouco provável.
Este será o primeiro de dois frente-a-frente entre Rose e Kobe desde que ambos se defrontaram nos treinos da selecção norte-americana e está a gerar grande expectativa. Quase tanta como a que Vinny Del Negro tem em poder utilizar Drew Gooden, que ressentiu-se de uma entorse no tornozelo sofrida frente aos Phoenix Suns e está em dúvida para este encontro, que começa às 3:30 da manhã, em Portugal. Definitivamente afastado está Demitrius Nichols, já que foi dispensado para que os Bulls pudessem reduzir os seus encargos salariais.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

No trilho das estrelas


Por muito que diga que ainda tem muito que crescer para atingir o patamar de Michael Jordan, talvez por querer evitar comparações, Derrick Rose parece estar a seguir as pisadas do melhor jogador de todos os tempos. Ao marcar 23 pontos frente aos Indiana Pacers, o base tornou-se no primeiro “rookie” dos Chicago Bulls a terminar os dez primeiros jogos da fase regular com dez ou mais pontos na era pós-Jordan. D-Rose é mesmo um dos oito atletas da história da NBA, de acordo com as estatísticas da Elias Bureau Sport, a somar médias de 18 pontos, 5 ressaltos e 5 assistências em tão curto espaço de tempo. E nesta lista [ver quadro em baixo], para além de Jordan, encontram-se ainda estrelas como Lebron James, a grande figura da actual equipa dos Cleveland Cavaliers e para muitos o rosto da liga, ou Magic Johnson, o grande estratega dos Los Angeles Lakers na década de 80, que, curiosamente, teve um quociente de pontos inferior ao número 1 do Draft de 2008.
A euforia em torno de Rose é cada vez maior - os números explicam porquê - e ninguém é capaz de colocar em causa o seu potencial infindável. Se mantiver esta forma - convém não esquecer que vai fazer o dobro dos jogos que fez no campeonato universitário -, ninguém duvida que o prémio de “Rookie of the Year” será dele, apesar de ter concorrentes fortes, como Rudy Fernandez (Portland), Greg Oden (Portland) - se conseguir afastar o fantasma das lesões - ou OJ Mayo (Memphis). Só falta saber se conseguirá bater os grandes “tubarões” por um lugar no All-Star Game deste ano, que terá lugar em Phoenix. As votações já arrancaram.

domingo, 16 de novembro de 2008

Um Rose com espinhos (Chi 104-91 Ind)

Uau! Este “miúdo” é mesmo incrível. A cada encontro que passa, e já lá vão dez, Derrick Rose não pára de surpreender. Depois de ter mostrado todas as suas qualidades técnicas em entradas vertiginosas para o cesto, o “rookie” começa agora a mostrar os seus dotes de atirador. Ontem, na vitória frente aos Indiana Pacers, o base foi o principal pontuador da equipa, com 23, nove dos quais obtidos em lançamentos de três pontos (3/5). E voltou a ser por muito pouco que não alcançou mais um duplo-duplo, desta vez de pontos e assistências (8). Há muito tempo que o United Center não via um atleta assim. Se calhar, D-Rose é mesmo o melhor jogador dos Bulls na era pós-Michael Jordan. E o mais incrível, é que o base nascido em Chicago tem apenas 20 anos - nem quero pensar quando estiver mais maduro…
Quem alcançou um duplo-duplo foi Nocioni. As dificuldades que o argentino sentiu na época passada, bem como os muitos dólares que ganha para alguém que costuma sair do banco, fizeram-no saltar para o topo da lista de transferíveis dos adeptos. No entanto, “Noce”, ou “Chapú” - como preferirem -, é daqueles atletas cuja garra e a entrega nunca parecem acabar, que lutam até à exaustão nas tabelas por um ressalto - frente aos Pacers ganhou 11 - e que não têm medo do um-para-um. Já para não dizer que, quando está em dia sim, costuma ser bastante certeiro da linha de três pontos, como provam os dois lançamentos, em quatro tentativas, obtidos no jogo de ontem. Foi especialmente importante no terceiro período, quando TJ Ford e companhia tentavam recuperar da desvantagem que já possuíam ao intervalo (55-47), obtendo grande parte dos 20 pontos com que terminou.
Uma última nota para Noah e Larry Hughes, que finalmente tiveram exibições positivas. Nada de extraordinário, mas positivas. O primeiro esteve mais concentrado, ao contrário do que aconteceu com Tyrus Thomas - cada vez me desiludo mais com o rapaz -, e parece ter desenvolvido alguma química com Rose - os dois foram protagonistas de uma das jogadas da noite, com o poste a concretizar um “alley-oop” oferecido pelo base. O segundo (Hughes) entrou bem e, apesar de ter desperdiçado alguns tiros exteriores, concluiu bem alguns contra-ataques lançados - por quem haveria de ser? - D-Rose.
Com esta vitória, os Bulls passam a ter um registo de cinco vitórias e cinco derrotas. Mas o pior vem agora, com uma longa digressão pelo Oeste, onde vão defrontar equipas como os Lakers, de Kobe Bryant e Pau Gasol, os Spurs, de Tim Duncan e Tony Parker, os Nuggets, de Carmelo Anthony, e os Jazz, de Derron Williams e Carlos Boozer.




sábado, 15 de novembro de 2008

O novo tutor de Rose

Tendo em conta o excesso de bases e a notória falta de um extremo/poste possante, capaz de, ao mesmo tempo, marcar pontos e garantir ressaltos - do estilo Carlos Boozer (Utah Jazz), Kevin Garnett (Boston Celtics) ou Amare Stoudemire (Phoenix Suns) -, foi com alguma surpresa que recebi a notícia que os Bulls contrataram Lindsey Hunter. Afinal, por que motivo John Paxson propôs um contrato a um base de… 37 anos, que está na recta descendente da carreira e que, ainda por cima, colocou a folha salarial acima da barreira que obriga as equipas a pagar um imposto?
A longa ausência de Hinrich, devido a lesão, é uma das explicações, mas existe uma outra que julgo ser bem mais importante: a liderança da equipa. Bem sei que Deng e Gooden, os outros capitães dos Bulls, deveriam desempenhar esse papel, mas ambos ainda não têm experiência suficiente e, mais do que isso, nunca venceram um campeonato. Hunter já. Foi em 2004, ao serviço dos Detroit Pistons, equipa onde passou grande parte da carreira. Por isso, tem as características essenciais para monitorizar Rose, explicar-lhe como ser um campeão e substituí-lo no “cinco” sem que Chicago fique a perder muito, pelo menos em termos defensivos, no qual é especialista. E desde que não passe a vida a desperdiçar lançamentos, como Larry Hughes, acredito que não prejudicará muito o ataque.
Devido à tal quantidade de bases da equipa - não sei o que Paxson está à espera para fazer uma troca -, o mais provável é que Hunter não venha a ter muitos minutos no jogo desta noite, frente aos Indiana Pacers. Rose, como sempre, será o base titular e a seu lado no cinco inicial deverá ter Gordon, Deng, Tyrus Thomas e Gooden. Por ser o último jogo em casa até ao dia 2 de Dezembro, os Bulls, que estão a realizar um arranque bem mais promissor do que no ano passado, têm a “obrigação” de vencer. Afinal de contas, sempre é melhor partirem para a digressão pelo Oeste, onde vão defrontar Lakers, Spurs, Nuggets, entre outros, com um registo de cinco vitórias e cinco derrotas - em 2007/08 a marca era de dois triunfos e sete desaires –, do que com um saldo negativo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Encavalitados em Gordon (Chi 98-91 Dal)


Quem diria que, após um começo tão mau (3-21 e 5-24), os Chicago Bulls iriam vencer (98-91) os Dallas Mavericks esta noite. Pois é, aconteceu mesmo. E um dos principais responsáveis por esta reviravolta, se não mesmo o principal, foi Ben Gordon. O segundo base realizou uma boa exibição, anotando 35 pontos - o melhor registo da época até agora -, nove dos quais da linha de lance livre (9-10). Embora nem sempre aprecie a forma como decide as jogadas, pelo facto de às vezes exagerar na dose de egoísmo e acabar por cometer “turnovers” escusados, tenho de admitir que Gordon é claramente o nosso… segundo melhor jogador, atrás de Derrick Rose. Daí não perceber por que motivo os treinadores têm tendência para deixá-lo no banco e por que razão John Paxson não lhe ofereceu o contrato que tanto desejava, dando-lhe agora a possibilidade de deixar a equipa a troco de nada no final da temporada. A não ser, claro, que entretanto seja incluído numa troca, mas isso só acontecerá se Gordon aceitar.
Dallas, que sofreu esta noite a terceira derrota consecutiva, até começou melhor. Os primeiros minutos davam mesmo a sensação que os Mavericks iriam ter um jogo tranquilo e decidir a questão cedo. Puro engano! Vinny del Negro fez alguns ajustes nas marcações, colocando Luol Deng a defender Nowitzki, e os Bulls iniciaram uma cavalgada incrível, que lhes viria a permitir sair para o intervalo… a vencer por um ponto (51-50). Gordon já levava nesta altura 19 pontos, enquanto que Deng 16.
Veio então a segunda parte e com ela o espectáculo de D-Rose. O “rookie”, que agora terá a ajuda do veterano Lindsey Hunter na posição de base enquanto Hinrich recupera de uma operação ao polegar que o vai manter afastado durante três meses, começou a atacar o cesto, tirando partido da sua grande técnica e velocidade estonteante, e vulgarizou por completo o “Sr. Triplo Diplo”, Jason Kidd. Chicago disparou no resultado e os Mavericks, com um Nowitzki bastante apagado, nunca mais conseguiram recuperar, apesar de os Bulls não terem marcado qualquer ponto nos últimos 4:30. O facto deixou alguns adeptos tristes, que contavam levar para casa mais um “Big Mac” - oferta no United Center caso a equipa atinja a marca dos 100 pontos. Fica para a próxima…